Pedidos de refúgio de cubanos quase triplicam após saída do Mais Médicos

  • 12/09/2018

Pedidos de refúgio de cubanos quase triplicam após saída do Mais Médicos

"Eu não posso voltar para Cuba. Não vou ser aceito lá." O médico Karel Enrique Sanchez Fuentes, de 35 anos, é um dos 2.209 cubanos que solicitaram refúgio no Brasil entre novembro de 2018, quando acabou oconvênio do país caribenho com o programa Mais Médicos, e abril de 2019.

O número é quase o triplo do registrado um ano antes. De novembro de 2017 a abril de 2018, quando a parceria estava em pleno vigor, foram 880 solicitações. Assim, de uma média de 4,86 pedidos por dia, o ritmo saltou para 12,62 após a saída de Cuba do programa. Os dados são do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

Os pedidos de refúgio de cubanos já vinham crescendo desde o início de 2013, quando começou o Mais Médicos. Em novembro de 2018, entretanto, há um aumento inédito que prossegue até fevereiro de 2019 (veja no gráfico abaixo).

Dados do Conare mostram evolução dos pedidos de refúgio por cubanos — Foto: Diana Yukari/G1Dados do Conare mostram evolução dos pedidos de refúgio por cubanos — Foto: Diana Yukari/G1

Dados do Conare mostram evolução dos pedidos de refúgio por cubanos — Foto: Diana Yukari/G1

Naquele mês, Cuba anunciou que abandonaria o programa, citando declarações do então presidente eleito Jair Bolsonaro, que havia prometido, durante a campanha e em seu programa de governo, expulsar médicos cubanos com base na prova do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida).

Bolsonaro também prometeu, entretanto, conceder, a todo cubano que o solicitasse, o status de asilado – um título diferente do de refugiado, mas que também permite ao estrangeiro permanecer legalmente no país (leia mais no fim da reportagem)

"Temos que dar o asilo às pessoas que queiram. Não podemos continuar ameaçando como foram ameaçadas no governo passado. [...] Se eu for presidente, o cubano que quiser pedir asilo aqui, vai ter", disse o então presidente eleito logo após Cuba decidir abandonar o Mais Médicos.

O G1 pediu ao Planalto o número de pedidos de asilo de cubanos avaliados pelo governo desde o fim do Mais Médicos e quantos foram concedidos. A Secretaria de Comunicação da Presidência informou, porém, que o assunto seria respondido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta, por sua vez, disse que o tema era de responsabilidade do Itamaraty – que não repassou os dados até a publicação desta reportagem.

Para tentar resolver o problema – ao menos em parte – o Ministério da Saúde informou que existe uma ação com o governo federal para "auxiliar a permanência" dos médicos cubanos no país e buscar "alternativas para o seu exercício profissional".

Segundo dados do Conare, houve pedidos de cubanos em todos os estados e no Distrito Federal entre novembro de 2018 e abril de 2019. A tendência não se repete nem mesmo entre solicitantes de refúgio que vieram da Venezuela – que o governo brasileiro reconhece como 

Aplicativos


Locutor no Ar

AutoDJ

Programação Automática

Peça Sua Música

Nome:
E-mail:
Seu Pedido:


Top 5

top1
1. PEDRO PIRETT

VOZ ALCOOLIZADA

top2
2. Bruna Karla

Advogado Fiel

top3
3. Aline Barros

Casa do pai

top4
4. Anderson Freire

Acalma o meu coração

top5
5. Aline Barros

Ressuscita-me

Anunciantes